quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Nostradamus - O Enigma

A personalidade de Michel de Nostradamus é um enigma, de acordo com as fontes mais próximas seu irmão, Jean, que escreveu "Cronica da Provença", e seu filho César, que escreveu "História e Cronica da Provença". Também o seu discípulo Jean Aimes de Chavigny escreveu "Vida e Testamento de Michel de Notre-Dame" (para a autora Alicia Gallotti, o título deste livro de Chavigny é: Vida do Professor Michel Nostradamus, Médico de Cabeceira de Henrique IV, Rei da França). Sua família alegava ser descendente da tribo de Issacar, uma das doze tribos descendentes de jacó, capaz supostamente de ver e observar todos os tempos.


Nostradamus viveu num século marcado de mudanças, e cheio de descobertas.


Michel de Nostredame foi criado e educado pelo seu avô materno, Jean de Saint-Remy, que era dono de uma rica biblioteca; ele aprendeu hebraico, grego, latim, matemática, farmácia e astronomia; aprendeu também alquimia e cabala.



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As profecias de Nostradamus compõem-se de 1.085 quadras e 4.680 versos, divididos em dez Centúrias, com cem quadras cada uma, à exceção da Centúria VII, que só tem 42 quadras (ou 44, em outras edições). Também na Centúria VII há uma quadra que é a única não numerada. Atualmente, conhecem-se entre 945 e 965 quadras. O estilo de escrita é sinuoso, ambíguo e completamente inacessível a uma primeira leitura. Anatole Le Pelletier, contemporâneo do imperador Napoleão III, é autor de um estudo a respeito deste texto. Para ele, as Centúrias estão escritas segundo as regras da sintaxe latina, ou teriam sido traduzidos para o francês, a partir de um texto ditado em latim. É recheado de vocábulos latinos, hebraicos, gregos, italianos, espanhóis, celtas e românicos. Tem vários anagramas, como, por exemplo: Rapis por Paris; Nersaf por França; Nizaram por Mazarino; Eiouas por Savóia; Argel por Alger; Loin por Lion; Norlaris por Lorraine; Mendosus por Vendome; Chiren por Henri. Encontram-se também jogos de palavras e metáforas em abundância. Para entendê-lo, é necessário possuir um vasto conhecimento de cultura clássica, mitologia e história.



Nostradamus conhecia profundamente a astrologia, ciência que começou a estudar com o seu avô. A astrologia, que desde o século XIII era ensinada na Universidade de Bolonha, no século XVI tinha o seu lugar junto à medicina, sendo ensinada nas classes de Quadrivium (o ensino era dado em duas partes, o Trivium e o Quadrivium. Ao primeiro correspondiam as artes retóricas: gramática, retórica e dialéctica, e ao segundo correspondiam as artes matemáticas: aritmética, geometria, música e astronomia), onde era ensinada juntamente com a astronomia.

Já em sua época ele era acusado de praticar a magia, o que era proibido pela Igreja Católica (que não proibia a astrologia). É interessante, contudo, que ele procura colocar o seu filho contra esta prática: “... Detesta, sobretudo, a vaidade da execrável magia proibida pelas Sagradas Escrituras e pelos Cânones da Igreja...”. Como ele queimou os livros que herdou do avô, nos quais afirmava ter encontrado uma ciência desconhecida, é difícil dizer qual teria sido a sua técnica de prognóstico.

Nostradamus foi extensamente estudado por vários autores, através dos séculos; nenhum deles conseguiu decifrá-lo completamente. Afirma-se que muitas de suas predições se cumpriram fielmente, de acordo com as interpretações que se fizeram sobre as quadras das Centúrias. O autor Michel Touchard, em sua obra Nostradamus, afirma que muitas profecias foram bastante mistificadas, mas que não há nenhuma dúvida da realização de várias delas, nem que realmente existe um caráter profético que é expresso nas Centúrias.

As profecias a respeito do final dos tempos são bastante enigmáticas, e fazem referência aos chamados “manuscritos DM”, os quais, quando encontrados, iriam modificar a história do homem.

Algumas Centúrias e suas interpretações:

quadra 4 da Centúria I:

Para o mundo será feito um monarca,
Que paz e vida não terá longamente,
Então se perderá a barca do papado,
Governada para seu grande prejuízo.

Antes do fim da Igreja haverá um período efémero de renovação, o qual vai coincidir com o reino do Grande Monarca, que precede o Anti-Cristo.

quadra 57 da Centúria VI:

O que estava à frente do reino,
Com um chefe vermelho perto da hierarquia,
Áspero e cruel se fará temer tanto,
Virá suceder à sagrada monarquia.

A ascensão do regime comunista soviético para Fontbrune, a referência a Hitler é bastante explícita:

Bestas selvagens e famintas irão cruzar os rios,
A maior parte do campo contra Hister (Hitler) estará,
Em caixa de ferro o grande fará arrastar,
Quando o filho de alemães a nada obedecerá.

Serge Hutin, em sua obra mencionada apresenta algumas quadras que, no seu entendimento, referem-se aos acontecimentos atuais:

Perseguida será a Igreja de Deus,
E os santos Templos serão espoliados,
A mãe colocará o filho nu na camisa,
(...)

Antes do término do primeiro milênio, São Rémy e São Cesário enunciaram as suas 
profecias, que anunciavam o cisma final da Igreja, sem entretanto dar a data precisa para o evento. Elas diziam: “Haverá um papa que não ousará olhar Roma. Os romanos devem saber: antes que este papa termine o século, Nosso Senhor lhe fará tal vergonha que não poderá mais paramentar-se. E se querem saber a razão, saibam que será pelos seus pecados”. Joaquim de Flore, abade do mosteiro cisterciense de Corace, na Sicília (1145-1202), anunciava o julgamento de Deus, o qual viria castigar a Igreja através do poder dos novos caldaicos. Além disso, ele dizia que o Anti-Cristo viria a ocupar o trono pontifício.


Quando se encontrar o sepulcro do grande Romano,
No dia seguinte será eleito um Pontífice:
Mas pelo Senado ele não será aprovado
E será envenenado, seu sangue no cálice sagrado.

Esta quadra parece referir-se ao papa João Paulo I. Sua morte acontecida apenas um mês após a sua eleição foi bastante misteriosa, e permanece sem explicação. Alguns pesquisadores afirmaram que João Paulo I estaria disposto a divulgar o terceiro segredo de Fátima, e por este motivo teria sido eliminado. Mas tudo isto é apenas especulação.

A terrível guerra que chega ao ocidente,
E no ano seguinte vem a pestilência,
Matará velhos e jovens pela sua força terrível,
Sangue, fogo — Mercúrio, Marte, Júpiter na França.

Esta quadra faria a previsão da Primeira Guerra Mundial, que foi seguida pela Gripe Espanhola, doença que matou mais pessoas do que a guerra. Em 1914, os planetas citados estavam no signo de Leão, que representa a França.


No Sol Levante, um grande fogo será visto,
Barulho e crueldade indo para o norte,
Gritos dentro da morte redonda,
E morrerão todos pelas espadas de fogo e pela fome.

Sol Levante designa o país do Sol Nascente, o Japão, que recebeu o primeiro bombardeio atômico em 1945, na cidade de Hiroshima. Morte redonda faz menção ao cogumelo atômico, caracteristico de toda explosão nuclear.



No ano mil novecentos e noventa e nove, sétimo mês,
Virá do céu o grande Rei do Terror:
Para erguer de novo o grande Rei dos Angolmois,
Antes e depois, Marte reinará em boa hora.24

Ele afirma que as épocas devem ser contadas a partir de Março, e que por isto a data seria então Outubro, e não Agosto de 1999. Com relação à profecia em si, ela faria alusão a uma invasão aérea (que ameaçaria Paris, especificamente); o personagem apontado, o Rei dos Angolmois, não foi identificado por nenhum dos grandes intérpretes de Nostradamus.


fonte: O Segredo das Profecias - ©Luiz Gonzaga de Alvarenga 1996-2006