sábado, 13 de agosto de 2011

Auschwitz, uma viagem pelo mais tenebroso dos "Patrimônios da Humanidade"


É surpreendente saber que as ruínas dos Campos de Extermínio de 
Auschwitz-Birkenau, no interior da Polônia, sejam considerados 
desde 2002 pela UNESCO como Patrimônios da Humanidade. 
Porém, o que a princípio pode até parecer ofensivo a todas as 
vítimas do Holocausto, adquire sentido após uma visita.


É simplesmente impossível esquecer do que é visto e sentido em 
Auschwitz, e mais de 65 anos depois de descoberta a amplitude da 
tragédia que se abateu sobre os judeus, ciganos e outras minorias nos 
países ocupados pela Alemanha Nazista, uma visita a este que é um 
dos lugares mais pavorosos do planeta nos lembra do estrago que 
pode ser feito pela intolerância, alimentada por políticos mal-intencionados, aproveitando-se de uma situação econômica e social caótica. 


Localizado a aproximadamente 60 km da cidade de Cracóvia (Kraków), 
segunda maior da Polônia, estima-se que mais de um milhão de Judeus, 
Ciganos e membros de outras minorias tenham sido 
exterminadas nos campos de Auschwitz entre 1940 e 1945, 
quando foram ocupados pelo Exército Soviético.


Auschwitz I - Campo original usado como centro administrativo do 
complexo, além de aprisionar intelectuais e membros da resistência 
polonesa, bem como prisioneiros de guerra soviéticos. 
Neste campo morreram perto de 70.000 pessoas.

Auschwitz II - Campo para onde eram levados os judeus, ciganos, 
homossexuais, no que era chamado pelos nazistas de "Solução Final". 
Era neste campo que estavam as Câmaras de Gás, e Joseph Mengele 
escolhia suas "cobaias", para mostrar que em Auschwitz, a morte nem 
sempre era a pior alternativa. 
Foi aqui que mais de um milhão de judeus foram exterminados.

Auschwitz III - Campo de trabalhos forçados nas fábricas da indústria bélica 
alemã.

O que mais impressiona são os requintes de ironia e premeditação mórbida 
encontrados numa visita ao que é considerado o mais tétrico de todos os 
museus do planeta. O maior exemplo é a inscrição 
no portão de entrada de Auschwitz I, "Arbeit Macht Frei", cuja tradução é 
"O trabalho liberta".

"Arbeit Macht Frei" (O trabalho liberta)
Mais uma pitada de ironia: 
Os prisioneiros saíam toda manhã para 
os trabalhos forçados ao som de uma orquestra 
formada pelos próprios colegas.

Fique agora com as fortes imagens do que restou do Complexo 
de Auschwitz-Birkenau, onde os prisioneiros chegavam em 
vagões superlotados, e eram conduzidos para salas de banho 
que na verdade eram Câmaras de Gás, numa operação logística 
friamente calculada e controlada.

 Maquete da estrutura de Câmaras de Gás e Crematórios 
no Museu de Auschwitz


Os prisioneiros, que não sabiam que seriam executados, eram 
orientados a despir-se e deixar seus pertences em uma sala, onde 
eram fornecidas senhas das quais deveriam se lembrar para recuperar
os objetos. O pretexto era de que iriam para uma área de 
duchas e desinfecção. Na verdade, eram 
trancados em salas e mortos com o gás ZyKlon B.


Cercas eletrificadas ao redor dos campos
A desnutrição era tal que os prisioneiros sequer tinham forças 
para tentativas de fuga

Entre 1940 e 1945 poucos que passaram por estes portões sobreviveram


Vagão que trazia prisioneiros diretamente para Auschwitz, 
ponto final do ramal ferroviário que nenhum passageiro gostaria de t
er utilizado 




Muitos visitantes deixam suas homenagens em diversos locais do campo


No museu, são mostrados os pertences dos prisioneiros executados 
no campo, que eram separados e catalogados metodicamente pelos nazistas. 
Ver todos aqueles objetos que fizeram parte da vida de pessoas que
chegaram a Auschwitz talvez seja um dos momentos mais apavorantes da visita.


Malas


Sapatos


Próteses e Muletas


Canecas e Vasilhas


Óculos


Auschwitz está lá para incomodar, para servir como um 
"Monumento à Estupidez Humana"






"Que este lugar seja para sempre um grito desesperado para a humanidade, 
onde nazistas assassinaram entre um milhão e um milhão e meio 
de homens, mulheres e crianças, principalmente judeus, 
de vários países da Europa"


Auschwitz-Birkenau
1940-1945


Mais sobre esta página negra da história da humanidade em...


Grande parte das fotos deste post estão em um fantástico Thread do site Skyscraper 
sobre as cidades de Cracóvia, Auschwitz e Birkenau


Read more: RIOBLOG: Auschwitz, uma viagem pelo mais tenebroso dos "Patrimônios da Humanidade" http://the-rioblog.blogspot.com/2011/05/auschwitz-uma-viagem-pelo-mais.html#ixzz1UvGqAIzN