sábado, 20 de agosto de 2011

Sobre as Mandragoras


Os feiticeiros da Idade Média acreditavam que as mandrágoras eram um tipo de meia-criatura entre o ser humano e o vegetal. Suas folhas reluziam à noite(por isso também eram conhecidas como velas do demônio) com um brilho estranho. Seus frutos e folhas exalavam um odor narcótico e sem igual. Sua raiz possuía a forma de uma pequena figura humana, com uma vida própria e esquisita, pronta para tornar-se o auxiliar de um mortal que tivesse coragem suficiente de tomar posse dela. 



Porém tomar posse de uma mandrágora era uma ousadia repleta de perigos, porque ao ser arrancada da terra, ela soltava um grito tão assustador que aquele que o ouvia ficava insano ou caia morto no mesmo lugar. Assim, o feiticeiro que desejava possuir uma mandrágora tinha que seguir um ritual no mínimo curioso: Ao encontrar a planta, que geralmente crescia aos pés de um local sobre o qual estavam os restos mortais de um criminoso condenado a forca(debaixo de uma árvore ou cadafalso por ex.), o feiticeiro teria que ir buscá-la ao pôr-do-sol.







Sob os raios da luz do sol se pondo, ele tinha que desenhar três círculos ao redor da planta, tampava seus ouvidos com cera e se colocava contra o vento, para não sentir o odor narcótico da mandrágora. Ele levava consigo um cachorro faminto e algum tipo de alimento, com o qual o cachorro poderia ser seduzido. Com uma barra de marfim ele soltava a terra ao redor da planta e cuidadosamente amarrava o cachorro a mesma, se afastava e mostrava o alimento para o cachorro, que em seguida corria ao encontro da refeição e assim puxava a planta da terra. Ao passo em que a planta era arrancada do solo o feiticeiro soprava uma trombeta o mais alto possível, para abafar o grito da mandrágora. O Cachorro, acreditavam, morria ali mesmo. 





Assim, tendo conseguido arrancar a planta sinistra da terra, o feiticeiro envolvia-a em um pedaço de linho branco e poderia assim apressar-se pela escuridão que se formava tendo em mãos seu merecido prêmio. Depois de colhida, separavam-se a raiz das folhas e de acordo com o propósito, eram manipuladas e ou consagradas em diferentes rituais para que determinado espírito possuísse a raiz assumindo assim o papel de auxiliar magístico de seu dono. Os cuidados com as mandrágoras variavam de acordo com o propósito ao qual elas serviriam, as mais cabulosas necessitavam de alimentar-se com leite, mel e sangue(do seu próprio dono), algumas eram vestidas com pequenas túnicas vermelhas com símbolos mágicos desenhados e, basicamente todas deveriam ser guardadas numa caixa envolta em seda e banhada quatro vezes ao ano com vinho. O liquido que sobrava após o banho possuía virtudes mágicas e poderia ser utilizados em feitiços. Tantos mistérios rondam esta planta que mesmo nos dias atuais muitos a temem, muitos a desejam e poucos atrevem-se a arrancá-la do solo. São tantas lendas que a envolvem que as pessoas até duvidam de sua real existência. Mas não tenham dúvidas, esta planta escrota do capeta de fato existe.




 



 A verdadeira mandrágora, Atropa Mandrágora Officinarum, pertence a ordem de plantas Solanaceae, uma ordem muito conhecida entre as bruxas, feiticeiros, magos , xamãs, alquimistas e velhos hippies malucos. Desta mesma ordem também estão o Meimendro, a Dulcamara, o Estramônio e a Trombeteira (Aquela mesma da música do Ventania, da qual se faz um chá muito louco), todas com uma fama sinistra. Por mais fantásticas que algumas histórias possam parecer, algumas destas antigas crenças sobre as mandrágoras são baseadas em fatos. A planta possui realmente uma raiz grande e gorda, que traz uma grosseira semelhança com a forma humana. Ela sem dúvida possui um perfume estranho, que alguns apreciam e outros detestam, e certamente ela possui propriedades narcóticas, alucinógenas, afrodisíacas e analgésicas. Na verdade a mandrágora é provavelmente o anestésico mais antigo utilizado pelo homem. 





 


Nos tempos mais remotos, a raiz era utilizada para colocar os pacientes prestes a passar por uma cirurgia em estado de sono profundo, durante o qual as operações poderiam ser realizadas. A raiz era infundida ou fervida e um pouco era dado para o paciente beber, entretanto, tomava-se certos cuidados quanto à dose, porque quando usada em excesso poderia causar um sono do qual não se acordava mais. Outras vezes era usada apenas umedecendo um tecido para ser ministrada externamente. A crença de que a mandrágora brilha a noite tem uma base de fato. Por alguma razão suas folhas atraem os vaga-lumes, e são essas pequenas criaturas, cuja luminescência esverdeada é muito impressionante, que fazem a planta brilhar na escuridão. Qualquer desavisado certamente poderia sentir-se assustado com a aparência da planta no escuro e achar que as antigas lendas sobre seus poderes diabólicos eram verdadeiras. Até mesmo o grito temeroso pode ter ao menos um pouco de verdade de onde a lenda foi ganhando mais força. Essas plantas com raízes grandes e encorpadas geralmente crescem em lugares úmidos e quando são arrancadas da terra, soltam um ruído gritante (Claro que não tão alto quanto diziam). As lendas de pessoas que endoideciam têm mais a ver com o odor narcótico exalado pelas folhas na hora de arrancá-las do que com o ruído em si. Imaginem o sujeito já doidão com o cheiro da planta arrancando uma raiz que lembra um ser humano e que ainda grita. Quem consegue imaginar a cena também pode imaginar o que este mesmo sujeito poderia sair falando dessa situação.E claro, todos sabemos que "quem conta um conto aumenta um ponto". Naturalmente todos os detalhes horrendos da lenda da mandrágora foram mantidos vivos por aqueles que vendiam as mandrágoras. As pessoas pagavam quantias exorbitantes por uma mandrágora em bom estado e com forma humana, e as guardavam como importantes talismãs. Muitos picaretas esculpiam em raízes formas humanas e vendiam como mandrágoras originais. Um antigo livro intitulado Thousand Notable, descreve passo a passo como fazer sua mandrágora falsa. Mas nem todos preparavam as raízes apenas para vender e obter lucros, algumas tradições antigas de magos, alquimistas, bruxas e xamãs preparavam suas mandrágoras cuidadosamente e acreditavam de fato que elas poderiam abrigar um determinado espírito ou ter algum poder magístico, que os auxiliariam em suas práticas e rituais.Eram colhidas geralmente em noites de lua cheia sob a realização de alguma cerimônia ou ritual. Algumas tradições secavam lentamente a raiz em forma de homem em fogueiras ou em areia quente, o Balneum Arenae dos alquimistas.(Dai uma das origens da lenda do Homúnculo) 
 


As mandrágoras secas e já consagradas (ou supostamente possuídas por algum espírito) eram passadas como relíquias ou amuletos aos membros de diferentes gerações de um determinado grupo ou família, sempre de forma secreta, principalmente na idade média, pois, adivinhem só o que acontecia quando os inquisidores achavam um bonequinho bizarro desses em sua casa? A planta é citada na Bíblia em Gênesis na história de Lea 30:14 e também em Cantares de Salomão 7:13, só histórias estranhas. Também citada por Shakespeare em Romeu e Julieta. Acredita-se que o remédio que julieta usou para fingir estar morta tenha sido extraído de uma mandrágora. Muitos escritores flertaram com as lendas e as propriedades secretas das mandrágoras. É o caso por ex. de Platão em A República, Madame Blavatsk em A Doutrina Secreta, Maquiavel em A Mandrágora e Hans Heinz Ewers em Alraune( que significa mandrágora em alemão). Hoje em dia ela ainda é usada como amuletos de sorte, prosperidade e proteção, é usada com fins magísticos e afrodisíacos, usadas também em doses seguras na fabricação de remédios homeopáticos e também usadas por algumas pessoas como droga recreativa. Podemos ver a caricatura desses homenzinhos estranhos em diversos filmes,livros jogos e desenhos. Como no filme de Guillermo Del Toro, O Labirinto de Fauno, no jogo de MMORPG Ragnarok e até mesmo nas histórias infantis de Harry Potter. 





Existem coisas que o tempo não consegue apagar da memória das civilizações. São as lendas, os mitos, os símbolos, as tradições e tantas outras coisas significativas que compõe nosso Inconsciente Coletivo. E acreditem, isso tem um bom motivo.

sábado, 13 de agosto de 2011

Auschwitz, uma viagem pelo mais tenebroso dos "Patrimônios da Humanidade"


É surpreendente saber que as ruínas dos Campos de Extermínio de 
Auschwitz-Birkenau, no interior da Polônia, sejam considerados 
desde 2002 pela UNESCO como Patrimônios da Humanidade. 
Porém, o que a princípio pode até parecer ofensivo a todas as 
vítimas do Holocausto, adquire sentido após uma visita.


É simplesmente impossível esquecer do que é visto e sentido em 
Auschwitz, e mais de 65 anos depois de descoberta a amplitude da 
tragédia que se abateu sobre os judeus, ciganos e outras minorias nos 
países ocupados pela Alemanha Nazista, uma visita a este que é um 
dos lugares mais pavorosos do planeta nos lembra do estrago que 
pode ser feito pela intolerância, alimentada por políticos mal-intencionados, aproveitando-se de uma situação econômica e social caótica. 


Localizado a aproximadamente 60 km da cidade de Cracóvia (Kraków), 
segunda maior da Polônia, estima-se que mais de um milhão de Judeus, 
Ciganos e membros de outras minorias tenham sido 
exterminadas nos campos de Auschwitz entre 1940 e 1945, 
quando foram ocupados pelo Exército Soviético.


Auschwitz I - Campo original usado como centro administrativo do 
complexo, além de aprisionar intelectuais e membros da resistência 
polonesa, bem como prisioneiros de guerra soviéticos. 
Neste campo morreram perto de 70.000 pessoas.

Auschwitz II - Campo para onde eram levados os judeus, ciganos, 
homossexuais, no que era chamado pelos nazistas de "Solução Final". 
Era neste campo que estavam as Câmaras de Gás, e Joseph Mengele 
escolhia suas "cobaias", para mostrar que em Auschwitz, a morte nem 
sempre era a pior alternativa. 
Foi aqui que mais de um milhão de judeus foram exterminados.

Auschwitz III - Campo de trabalhos forçados nas fábricas da indústria bélica 
alemã.

O que mais impressiona são os requintes de ironia e premeditação mórbida 
encontrados numa visita ao que é considerado o mais tétrico de todos os 
museus do planeta. O maior exemplo é a inscrição 
no portão de entrada de Auschwitz I, "Arbeit Macht Frei", cuja tradução é 
"O trabalho liberta".

"Arbeit Macht Frei" (O trabalho liberta)
Mais uma pitada de ironia: 
Os prisioneiros saíam toda manhã para 
os trabalhos forçados ao som de uma orquestra 
formada pelos próprios colegas.

Fique agora com as fortes imagens do que restou do Complexo 
de Auschwitz-Birkenau, onde os prisioneiros chegavam em 
vagões superlotados, e eram conduzidos para salas de banho 
que na verdade eram Câmaras de Gás, numa operação logística 
friamente calculada e controlada.

 Maquete da estrutura de Câmaras de Gás e Crematórios 
no Museu de Auschwitz


Os prisioneiros, que não sabiam que seriam executados, eram 
orientados a despir-se e deixar seus pertences em uma sala, onde 
eram fornecidas senhas das quais deveriam se lembrar para recuperar
os objetos. O pretexto era de que iriam para uma área de 
duchas e desinfecção. Na verdade, eram 
trancados em salas e mortos com o gás ZyKlon B.


Cercas eletrificadas ao redor dos campos
A desnutrição era tal que os prisioneiros sequer tinham forças 
para tentativas de fuga

Entre 1940 e 1945 poucos que passaram por estes portões sobreviveram


Vagão que trazia prisioneiros diretamente para Auschwitz, 
ponto final do ramal ferroviário que nenhum passageiro gostaria de t
er utilizado 




Muitos visitantes deixam suas homenagens em diversos locais do campo


No museu, são mostrados os pertences dos prisioneiros executados 
no campo, que eram separados e catalogados metodicamente pelos nazistas. 
Ver todos aqueles objetos que fizeram parte da vida de pessoas que
chegaram a Auschwitz talvez seja um dos momentos mais apavorantes da visita.


Malas


Sapatos


Próteses e Muletas


Canecas e Vasilhas


Óculos


Auschwitz está lá para incomodar, para servir como um 
"Monumento à Estupidez Humana"






"Que este lugar seja para sempre um grito desesperado para a humanidade, 
onde nazistas assassinaram entre um milhão e um milhão e meio 
de homens, mulheres e crianças, principalmente judeus, 
de vários países da Europa"


Auschwitz-Birkenau
1940-1945


Mais sobre esta página negra da história da humanidade em...


Grande parte das fotos deste post estão em um fantástico Thread do site Skyscraper 
sobre as cidades de Cracóvia, Auschwitz e Birkenau


Read more: RIOBLOG: Auschwitz, uma viagem pelo mais tenebroso dos "Patrimônios da Humanidade" http://the-rioblog.blogspot.com/2011/05/auschwitz-uma-viagem-pelo-mais.html#ixzz1UvGqAIzN

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Magia Negra


 Para começo de conversa e já tentando acabar com esse conceito absurdo, a Magia é uma só e consiste, basicamente, em interagir de forma absoluta com a Natureza e com sua Energia. O termo “Magia Negra” foi disseminado em especial durante o período da Idade Média, a fim de facilitar a perseguição e a segregação dos Esotéricos e impedindo e desestimulando as pessoas de buscarem conhecimento. O termo “Ciências Ocultas” com o tom pejorativo a fim de afastar as pessoas dos estudos de Astrologia e da Cabala, por exemplo, também vem desse período. O que há, de fato, é a forma de como se usa os conhecimentos obtidos. A Magia, em si, nada tem de ruim ou bom, assim como qualquer fonte de conhecimento, que pode ser utilizada de forma ética ou não, de forma benéfica ou não. Igualmente, podemos ter o mal uso da política, mas não há “Política Negra”. Apenas e tão somente existe a política.


Também é incorreta a afirmação que Magos são bons, os Bruxos maus e os Feiticeiros maus ou bons. Os termos Feiticeiro, Bruxo e Mago denominam níveis de conhecimento e domínio da Magia e a forma de sua aplicação. O Feiticeiro é algo mais intuitivo, ligado mais a manifestação simples dos eventos da Natureza. Indica um nível inicial e basicamente limita-se ao uso de encantamentos pré-concebidos e busca resultados rápidos, porém pouco duradouros. O Bruxo, por sua vez, indica um nível intermediário de conhecimento e nem sempre limita-se ao uso de encantamentos já existentes, podendo criar os seus. Os resultados nem sempre são rápidos e sua duração é incerta.


Já o Mago é o nível mais elevado, sendo necessários anos de estudos e a constante busca pelo saber que envolve Astrologia, Cabala, Hermética e atuo-conhecimento, entre outros. Seus encantamentos e procedimentos são próprios e geralmente são anotados cuidadosamente em seus grimórios (diários).Todos eles Feiticeiros, Bruxos e Magos podem usar esses conhecimentos como bem lhe aprouverem (como qualquer profissional por exemplo), sabendo porém que tudo pode regressar a si com tripla força.



Espero que ao fim deste texto os leitores possam compreender melhor essa questão e antes de utilizar o termo “Magia Negra” pensem também que há “Política Negra”, “Engenharia Negra”, “Medicina
Negra”...


Fonte> http://nomundorealblog.blogspot.com

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Voce é um Assassino em potencial ?



O experimento que mostrou que somos assassinos em potencial

Em 1964, o pesquisador Stanley Milgram fez na Universidade de Yale um teste para provar que, diante de uma autoridade persuasiva, podemos virar assassinos obedientes. Milgram fingiu que a experiência era para determinar o efeito da punição no aprendizado.Ele chamou voluntários e fez um sorteio para determinar o aprendiz, que deveria responder a perguntas, e o professor, que deveria castigá-lo com choques de potência crescente a cada erro. O sorteio, no entanto, foi forjado, já que o aprendiz seria um ator.Quando os choques atingiam 150 volts, o ator chorava e gritava de dor. Os voluntários, nervosos, perguntavam o que deviam fazer, mas os pesquisadores respondiam que o choque não provocaria danos permanentes e que eles precisavam continuar.O resultado foi a obediência de 26 dos 40 participantes, que continuaram a aplicar os choques até a potência fatal de 450 volts. Alguns suavam e tremiam, outros riam histericamente – mas ninguém parou. E nenhum desistiu antes dos 300 volts.
O teste foi refeito em 2009!te – mas ninguém parou. E nenhum desistiu antes dos 300 volts
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