Alguns aspectos de supostas vidas passadas ainda são desconcertantes para a ciência. É o caso, por exemplo, da xenoglossia, uma capacidade súbita que algumas pessoas manifestam de falar, com diferentes graus de fluência, línguas que deveriam desconhecer.
Um dos casos mais marcantes é o de Iris Farczády, uma húngara de 16 anos que, no ano de 1933, passou a agir como uma espanhola de 41 anos chamada Lucía, morta anos antes.A suposta reencarnada esqueceu o húngaro natal e passou a falar espanhol fluente, nunca mais recuperando sua personalidade anterior. O caso está registrado no livro Paranormal Experience and Survival of Death (“Experiência paranormal e sobrevivência da morte”, sem tradução para o português), de Carl Becker, professor de ética médica da Universidade de Kyoto.
Em 1989, o Dr. Hubert Larcher, antigo Diretor do Instituto Internacional de Metapsíquica (IMI) em Paris, relatou num artigo um caso há muito esquecido de uma aparente possessão, envolvendo uma garota Húngara de boa criação chamada Iris Farczády, que em agosto de 1933, com a idade de 16 anos subitamente passou por uma mudança drástica de personalidade. Ela que sempre havia se interessado extensivamente pela mediunidade alegava agora ser Lúcia renascida, uma trabalhadora espanhola de 41 anos que havia morrido no início daquele ano.
A nova personalidade alegava ser uma trabalhadora espanhola de nome Lúcia Altarez de Salvio e que ela havia morrido três meses antes, em Madrid, tendo deixado para trás o viúvo e os sobreviventes de seus 14 filhos.
O aspecto mais espantoso do caso é que a garota que havia assumido e falava espanhol fluentemente e não entendia mais húngaro nem alemão.
O caso foi escrito em 1935 por Karl Röthy, um pesquisador húngaro-alemão que concluiu, após várias investigações, que Iris nunca tinha estudado espanhol nem se associado com nenhuma pessoa que soubesse este idioma.
Lúcia transparent estado no controle desde então, e agora com a idade de 86 anos, considera que Íris foi uma pessoa diferente, a qual cessou sua existência em 1933.
Apesar do aspecto reencarnatório do caso não ser apoiado por provas, ainda resta o mistério de como Iris adquiriu o seu conhecimento da linguagem espanhola, dos costumes e da cultura popular, e porque Iris deveria ter querido ou se submetido a uma “substituição” por Lúcia.
O caso de Iris Farczády pode se enquadrar dentro de uma grande classe de fenômenos que caem na classificação geral de ‘mudança de personalidade’.
O espiritismo afirma que durante o transe mediúnico, a troca da identidade do médium pela identidade do ‘comunicador’ que alega ter sobrevivido à morte, é muito familiar, mas a substituição total (aparente) da personalidade do anfitrião pela personalidade do ‘convidado’ pelo resto da vida do primeiro, que parece ser o que ocorreu no caso aqui apresentado, pode ser única.
Para a maioria dos cientistas, a história de Iris (ou Lucía) não passa de mais um caso de almanaque, mas há quem acredite que a comprovação científica da xenoglossia seria a prova definitiva de que a reencarnação é uma realidade. É viver (uma ou mais vezes) para crer.
Fonte: Revista Superinteressante,Fato & Farsa! / Luz Espírita.