Uma experiência de sair do corpo por uma pessoa que quase morre.
A experiência é geralmente descrita como envolvendo uma sensação de extrema paz, um som semelhante a uma campainha ou um zumbido, uma passagem nas trevas, e a seguir uma passagem para a luz. Contudo, a pouca investigação neste campo, indica que estas sensações se obteem em situações que afectam o estado do cérebro, como paragens cardíacas e anestesias. As condições que levam ao estado de Quase-Morte parecem afectar significativamente a natureza da experiência. Ainda, muitas pessoas que não tiveram experiências de quase-morte fazem relatos semelhantes. Estes são geralmente provocados pelo uso de psicóticos (devido a severos desequilibrios neuroquimicos) ou drogas como haxixe ou LSD.
Os crentes pensam que as EQMs provam a existência de vida após a morte. Cépticos pensam que as EQMs podem ser explicadas por neuroquimica e são o resultado de alterações num cerebro moribundo. Por exemplo, a experiência da passagem de um tunel escuro para a luz brilhante é explicada por "ruido neural" e "mapeamento retino-cortical." De acordo com Susan Blackmore, o investigador Tom Troscianko especula:
Começa-se com um leve ruido neural e vai-se aumentando gradualmente, o efeito seria de uma luz no centro tornando-se maior e maior e portanto mais próxima....o tunel parecia mover-se com o aumento do ruido e a luz tornar-se-ia maior....Se todo o cortex ficasse tão ruidoso que todas as celulas disparavam, então toda a àrea pareceria banhada em luz.[p. 85]
Blackmore atribui a sensação de paz à libertação de endomorfinas em resposta à situação de extremo stress. Os ruidos são atribuidos a anoxia e efeitos nas conexões das celulas do cerebro. [p. 64]
O Dr. Karl Jansen reproduziu EQMs com ketamina, um anestésico de rápida acção, halucinogénico e "dissociativo".
A anestesia é o resultado do paciente ser tão 'dissociado' e 'removido do seu corpo' que é possivel executar intervenções cirurgicas. Isto é diferente da 'inconsciencia' produzida pelos anestésicos convencionais, apesar da ketamina ser tambem um excelente anestésico através de um caminho diferente (i.e. não devido à dissociação). A ketamina relaciona-se com o phencyclidine (PCP). Ambas as drogas são arylciclohexilaminas - não são opiáceos e não estão relacionadas com o LSD. Em contraste com o PCP, a ketamina é relativamente segura, de acção muito mais curta, não é controlada na maioria dos paises, e permanece em uso como anestésico para crianças nos paises industrializados e para todas as idades no terceiro mundo por ser barata e fácil de usar. A anestesia impede os pacientes de terem EQMs pela co-administração de sedativos que produzem "verdadeira" inconsciencia em vez de dissociação.
De acordo com o Dr. Jansen, ketamina pode reproduzir todos os efeitos da EQM, incluindo a viagem atraves do tunel para a luz, a sensação de estar morto, comunicação com Deus, alucinações, o sair do corpo, ruidos, etc. Isto não prova que não existe vida depois da morte, mas prova que que uma EQM não é prova de vida após a morte. De qualquer modo, a "tipica" EQM não é tipica de nada, excepto da tendencia dos parapsicólogos selecionarem factos isolados de um conjunto e encaixarem-nos numa hipotese paranormal ou sobrenatural.
Finalmente, Quigg Lawrence (Blinded by the Light) pensa que a EQM é uma obra de Satanás. É uma resposta tão boa como a que diz que visitamos outros planos da realidade.
Links
- "Using Ketamine to Induce the Near-Death Experience: Mechanism of Action and Therapeutic Potential" por Dr. Karl JansenDoes Ketamine Produce NDEs? Have You Seen "The Light?" por Robert Baker
- La vie et la mort por Pascal Lapointe [o testemunho de Laura Darlene Lansbury]Blackmore, Susan J., Dying to Live: Near-death Experiences, (Buffalo, N.Y. : Prometheus Books, 1993).