Nem sempre os personagens de histórias de vampiros são simples lendas populares ou fruto da imaginação dos escritores. Há realmente alguns casos verídicos e documentados, como este da Condessa Sangüinária, que era conhecido também por Bram Stocker, o criador de Drácula.
Elizabeth Bathory, descendente de uma rica família tradicional da Transilvânia, nasceu na Hungria em 1560. Desde criança, Elizabeth já estava prometida ao Conde Ferencz Nadasdy, com quem se casou no dia 8 de maio de 1575. Os recém casados passaram a morar no Castelo Csejthe, na região de Nyitra.
Logo depois do casamento, Elizabeth começou a se sentir muito só, pois o conde se ausentava por longos períodos, participando de batalhas. Ferencz era considerado um grande soldado e conhecido como O Herói Negro da Hungria.
Para compensar a ausência do marido a condessa passou a se interessar por ciências ocultas e a ter aventuras com vários homens. Contase que foi também nessa época, que ela comeou a torturar algumas criadas do castelo, com a ajuda do mordomo Johannes Ujvary, do driado Thorko e das feiticeiras Dorottya Szentes e Darvula.
Em 1600, o conde morreu e, aí, teria o inicio do domínio de terror que Elizabeth exerceu durante 11 anos.
A condessa era uma mulher extremamente vaidosa e tinha pavor de envelhecer. Certa vez, uma das criadas que a penteava puxou sem querer seus cabelos. Furiosa a patroa esbofeteou-a com tanta brutalidade, que a feriu.
O sangue da criada espirrou na mão de Elizabeth e ela achou que a pele, naquele lugar, adquiria um novo frescor. Impressionada com aquilo, chamou Johannes e Thorko, que mataram a criada e recolheram seu sangue numa tina, onde a condessa se banhou.
Durante os 10 anos seguintes, novas moças foram sacrificadas para garantir à condessa seus banhos de sangue. No entanto, uma dessas vítimas conseguiu escapar ainda com vida e informou ás autoridades os horrores que aconteciam no castelo.
Ao tomar conhecimento disso, o Rei Matias, da Hungria, ordenou que o governador da província invadisse o Castelo Csejthe, na noite de 30 de dezembro de 1610. A guarda, que tomou o castelo, ficou horrorizada com o que viu. Encontraram no calabouço algumas moças ainda vivas, mas com os corpos cheios de perfurações. No porão, exumaram cadáveres de mais de 50 moças, sacrificadas para as orgias sangrentas da condessa.
Por ordem do rei, Elizabeth foi presa em seu castelo. Durante o julgamento, a condessa se recusou a comparecer diante do tribunal e a fazer qualquer declaração. O mordomo Ujvary contou em seu depoimento que ele atraía as moças ao castelo com promessas de emprego. As vítimas eram amarradas e seus corpos retalhados com tesouras. Essas torturas eram feitas por Dorottya, pela criada Ilona e pela própria Elizabeth.
Todos os acusados no inquérito, com exceção da condessa, foram decapitados ou queimados vivos e Elizabeth foi confinada para sempre numa cela, construída em seu próprio castelo. A cela era um dos quartos que teve suas janelas e portas totalmente vedadas, sendo deixado apenas um pequeno orifício por onde passava a comida.
Quatro anos depois de ter sido emparedada, a Condessa Elizabeth Bathory foi encontrada morta, no chão de sua cela. Terminada assim o domínio de terror e crueldade exercido pela Condessa-Vampiro.
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